segunda-feira, 8 de junho de 2009

CÂNTICO AZUL

Senti vontade de levantar rápido depois de ter engolido aquela praga! - foi o que disse Carlos após consumir uma bolinha e agarrar-se ao violão. Sempre que exibia seus dotes solísticos um pouco fora de tempo, mas não sem brilho, estava com alguma química agindo em seu organismo. Sóbrio seria um dos melhores violonistas brasileiros, sóbrio conseguiria shows nos grandes teatros municipais ao lado de grandes orquestras o acompanhando, sóbrio seria aclamado como o melhor compositor e letrista sem escorregar alguns versos mal colocados e impulsivos. Talvez sóbrio Carlos seria estudante de administração e nunca teria pego num violão. Talvez sóbrio ele jamais teria sua Jazz band paulistana e não jamais gritaria em Mi maior.

Aquele ensaio era para a noitada no Cântico Azul, onde outros mais cinco Carlos se apresentariam com seus organismos reagindo com a variante de uísque, cerveja, vinho e talvez algo mais. O Cântico era um pedaço de New Orleans com um cadinho de Canecão, em São Paulo. A antropofagia que faltava nas ruas paulistanas.

- Ricardo Celestino

sexta-feira, 5 de junho de 2009

JOBIM, JOBIM!

Com wave, tirem suas conclusões...

impossível fazer igual!

http://www.youtube.com/watch?v=OVtys0snI3E&feature=related


http://www.youtube.com/watch?v=3d8y4HxW8Eg


http://www.youtube.com/watch?v=dwLJhBzs-jo&feature=related

CASAMENTO COM O OFÍCIO

Amarelado por cigarro
Eu espero a minha ida,
Cheirando a café,
Quem sabe chega minha subida

Quando será eu não sei,
mas eu espero minha vez.
Vão me chamar, você vai ver
Mas eu espero minha vez.

Tradição na minha cabeça,
Honrar o ofício e minha família
Amarelado por cigarros
E entupido de cocaína

Quando será eu não sei,
mas eu espero minha vez.
Vão me chamar, você vai ver
Mas eu espero minha vez.

Dos problemas os menos graves
Já ta tudo resolvido
Minha renda só aumenta
e meus sonhos são banidos

Quando será eu não sei,
mas eu espero minha vez.
vão me chamar, você vai ver
mas eu espero minha vez.

quarta-feira, 3 de junho de 2009

SINAL FECHADO NA CIDADE DE SÃO PAULO

Cada vez mais eu vejo a distância,
Pessoas caminham em primeira pessoa,
olhando os próprios pés.

Eu olho meus pés.

Eu estou fechado na cidade de São Paulo
e isso já é o suficiente para que eu diga que
o sinal está fechado na cidade de São Paulo.

As pessoas são ilhas
e cada ilha na cidade é uma conversa,
é uma idéia, é uma gaveta,
de ilhas totalmente isoladas.

Cultura, política e sociedade,
Grupos cada vez mais individuais.

Quando vejo alegria,
E a semelhança de uma comunidade,
Inverdade!

Cervejadas ilhadas de risadas.
Almas penadas e coitadas
desfrutando um calor humano
pra não morrer de fome e frio no mar negro da cidade.

- Ricardo Celestino